Vesti-me de boneca
Iluminei meu sorriso
Despi-me sem pudor
Com a luz do seu olhar.
Corri de mãos dadas
De hora marcada
Porque o tempo voa.
A roupa da boneca
como uma colcha estampada
No espelho mostrava
Dois corpos nus.
Boneca sôfrega
Sapeca, travessa, fazia suspense
Tirava suspiros com beijos mil.
Aplausos.
Em vão suas roupas coloridas,
Berrante saia esvoaçante
Sem sombra de luz,
Refletia no quarto todo seu corpo
Suado, sarado, amado
De uma tarde sem fim.
O espetáculo acabou.
A boneca de roupa amassada
Esvaiu-se de mansinho,
Agradeceu...
Reverenciou...
Gina Maria Higino
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