quarta-feira, 22 de março de 2017

Mãe Deusa

Elevando meus pensamentos
Os mais sublimes possíveis
Esperando tua luz
Irradiando amor
Em meu peito aberto
Que seria de mim
Sem esta fé em ti
Se não pudesse te sentir
Numa presença etérea
Significativa em minha vida
Neste momento tão nosso
Meu egoísmo espreme
O meu coração
Fazendo transbordar
Toda esta paz armazenada
Como coisa sagrada
Abençoa minha Mãe deusa
Todos nesta vida
Que recebam de ti
Toda a emoção contida
Gerando muito amor
Neste espaço de planeta
Onde há tanta gente sofrida.

Marlene Cerviglieri
Onde há tanta gente sofrida66a


terça-feira, 21 de março de 2017

Sestroso


Este seu olhar sestroso,
Termo de antanho, dizendo:
De seu caminhar maneiroso,
Seu modo manhoso de ser,
O enigma de seu sorrir,
Seus aprumos elegantes e sensuais,
Mudam a atmosfera,
Perfumam o ar!
Lançam energias,
Como um Sol em seu esplendor,
Magnetizam como a Lua,
Em sua plácida Luz,
Conduzem a sonhos infinitos,
Aguçam meus sentidos,
Coloca-os em devaneios,
Com suas formas divinas.


Adriano Pelá

segunda-feira, 20 de março de 2017

CICLO DE PALAVRAS


Palavras dançantes
esbarram-se, desfazem
viram névoas.
Como que por encanto
recompõem-se.
Ganham cheiros, risos, cores e formas.
Viram rios, mares, lugares...
Vestem-se
de arco-íris, flores, nuvens, estrelas...
Embriagam-se
de lágrimas, neve , orvalho...
Nas asas do vento
passeiam por 
relvas, montanhas, desertos...
Navegam em
prantos, veias, artérias...
Decifram
amores, dores, utopia...
E na contradança,
exaustas descansam
na folha em branco.
Finalmente viram versos, poesia...


 Helena Agostinho 

A sombra


O caminho é certo e meus pés
Vacilam quase sem rumo.
Olho dos lados e sinto você
Que caminha comigo.
Estranho alguém reflete
A minha incerteza. Estica-se
Nos meus gestos. Às vezes
Atrás de mim outras
Adianta-se mais do que imagino.
Nada fala. Não respira move-se
Apenas.
Às vezes ao meu lado,
Silenciosa sempre.
É a luz que reflete única
E solitária. Não conversa.
Teima em andar comigo
Calada nos gestos de um amigo.
Repentinamente estaciono
Ela para também. Que coisa,
Quem é você? Por que não fala?
Vai chegar antes de mim?
Ou quer que a espere?
Total silêncio.
Meus medos meu coração
Gritando e eu? Que coisa,
Apavorada.
Encho-me de coragem e paro.
Afinal quem é você?
Sem resposta, ela também para.
Tranquila e mais sereno meu
Corpo descansa. Sento em
Um lugar qualquer.
Ela também senta.
Voltei à realidade acalmei
Os meus sentidos e sorri.
Transformou-se tudo em calmaria
Afinal era minha sombra
Quem me perseguia.

Elizabeth Bevilacqua Areco


O Carnaval


Tanto riso, tanta alegria...
E o carnaval se foi.
Serpentinas pisadas confetes
Amassados e amarrotados.
O carnaval se foi
Foi-se nas madrugadas.
A lágrima do Pierrot estática
Na face cansada e dolorida
Só a saudade no insistente
Perfume.
Os abraços do palhaço
Desfizeram-se na noite.
Foi-se o amor da folia
Também se foi a Colombina.
Roupas amassadas cheiro
Da bebida embriagada
Nos olhares turvos inexpressivos.
Foram-se serpentinas e confetes.
Foi-se o laço de renda da baiana
A saia da cigana e o anonimato
Atrás da máscara que chorava.
Também dancei no silêncio
De mim mesma.
Expectadora de sorrisos
Disfarçados e sofridos.
Só. A música tocava e eu?
Estava só.
Renasce o silêncio.
Calou-se a bateria e tudo se
Calou.
Meu coração aquietou.

Eu? Ah, eu continuava só 

Elizabeth Bevilacqua Areco

Saudade


Que saudade é essa que me faz
Pensar e sofrer
E sofrer e pensar?
O que se foi não volta,
O que morreu desintegrou-se
No tempo e no tempo ficou.
É o amor que partiu são os
Pais que partiram.
Foi-se meu gato pela maldade
Alheia.
Por quê? Por que partem se
Eu estou aqui.
Foram-se os dias da infância,
Foram-se os dias da juventude
E eles também se foram.
Tenho dores infinitas.
Tudo vem tudo retorna.
E eu? De onde vim pra onde vou?
Hoje a velhice chegou também.
Meus braços continuam
Abraçando forte. Meu coração
Ama a mim e a vida.
E você? Você que se foi onde
Está? Meu gato que se foi,
Onde está?
Meus pais a família
Onde a vida inicia...
Os amigos, quantos perdi.
Mas eu estou aqui. Minhas crias
Presente. Vivendo. Amando-me
No infinito amor que Deus criou.
Meus netos? Que benção do divino
Amor.
O coração chora, às vezes chora.
E digo que tudo vai passar.
Um dia vai passar.
Eu estou aqui e vocês que pensam?
Não importa. Eu estou aqui.
Ainda estou.


Elizabeth Bevilacqua Areco

Aniversário

Amanhece. Amanheceu
Março. Mês de março
Abraça-me forte no dia
Que desponta.
São datas.
Mulheres comemorando
Sorrindo se abraçaram.
Mas o outono
Chega devagar vai se
Encostando delicadamente.
Chove. Faz sol. Sol quente
Insuportável.
Minha natureza veste-se
De flores. Não é primavera.
Sinto-me colorida.
O carnaval passou.
Rasgou-se a fantasia.
Não durou e não ficou
Pra contar a minha história.
Ah mas eu fiquei.
E vai ser assim.
Porque o verão se foi
E a idade que eu tinha?
Também se foi.

Elizabeth Bevilacqua Areco

Sarau Cultural




São momentos agradáveis
Em que alimentamos a nossa alma,
O nosso intelecto.
Escritores, poetas, músicos, cantores,
Dividem as suas criações
Para admiração e apreciação
Dos seus colegas.
Momentos de compartilhamento da arte
Com amigos que enxergam na cultura
O combustível para uma vida
Cheia de riqueza, mas além da matéria,
Num clima de confraternização,
De sinceridade e apoio mútuo





Alciony Menegaz

quarta-feira, 15 de março de 2017

Mobilidade Urbana



Ontem acordei meio carente
Para a vida não enxergava sentido
Resolvi andar de pingente
No transporte coletivo

O ponto estava lotado
Dois ônibus sequer pararam
No terceiro entrei apertado
Meu celular logo levaram

O motorista muito estressado
Cobrou a passagem carrancudo
Depois é que ficou explicado
Ele dirige, dá troco, enfim, faz tudo

Um jovem muito assanhado
Acabou se dando mal
É que ele tinha apalpado
As pernas de uma policial

Levou um golpe bem dado
Na região genital
Saiu dali algemado
Cabisbaixo e sem moral

Ao chegar ao terminal
Até que achei divertido
Foi uma experiência sensacional
Embora todo amassado e espremido

Pior é quem todo dia, depende da condução
Paga passagem cara, fica estressado
E não entende porque seu direito de cidadão
Geralmente não é respeitado

Trânsito caótico é a nossa realidade
Mobilidade urbana é uma grande necessidade
Só com transporte coletivo de qualidade

Vamos melhorar a vida na cidade

André Luiz da Silva

GRÁVIDA



Passo parte do meu dia
Contemplando sua anatomia
Um corpo em transformação
Que causa surpresa e comoção

Seios antes bem torneados
Estão mais belos e fartos
Do precioso alimento
Que vai saciar nosso rebento

E a barriguinha já saliente
Que está bem diferente
Daquela que você sempre cuidava
Quando pela manhã se exercitava

Quem poderia dizer
Que nosso instante de prazer
Seria assim transformado
Nesse ser tão iluminado?

Será menino ou menina?
Dúvida que encanta e fascina
Mas só pra escolher enxoval
Já que, independente do sexo, amaremos de forma igual

Quando te escolhi por companheira
Amiga fiel e verdadeira
Não tinha noção da felicidade
Que me traria sua maternidade

Trazes agora um grande tesouro
Mais valioso que prata ou ouro
Nosso lindo bebezinho
Protegido com todo carinho

E quando a hora chegar
Quero ao seu lado estar
Segurando  a sua mão
Partilhando a emoção

Vamos preparar um mundo lindo
Para esse anjo divino
Que dos céus agora ganhei

Completando a família que sempre sonhei

André Luiz da Silva