segunda-feira, 21 de abril de 2008

NOSSAS PRAÇAS

Resolvi que a partir deste ano vou caminhar na praça todos os dias! Começarei com três voltas, depois aumentarei todos os dias uma volta.
Assim desci na praça bem em frente do meu apartamento e iniciei a caminhada. Já vi desde o primeiro passo, que a calçada deixa a desejar, então precisa prestar atenção onde coloco meus pés, pois, há buracos, sujeiras, saquinhos plásticos jogados. Pergunto-me: Por quê o povo não respeita o meio ambiente? Não trata a praça como a sua própria casa?
Passo a passo fui meditando. O olhar ia se intercalando entre o chão e as árvores. Sim, há muitas nesta praça, conheço somente o nome de algumas: o ipê branco que vejo florido ao final do inverno, as palmeiras, as outras não as conheço. Lamento não saber o nome de todas elas para nomeá-las nesta minha pequena crônica.
A grama está verde devido às chuvas desta estação, mas infelizmente está pontilhada com copos descartáveis jogados no meio dela. Será o pipoqueiro o responsável por este mau trato? Ele não poderia evitá-lo colocando um lixinho perto do seu carrinho... Ou ele tem, mas ninguém usa!
Então vou eu, caminhando, olhando e fazendo minhas considerações. Esta praça é muito freqüentada nas manhãs e nas horas mais frescas da noite, pois têm barzinhos, uma sorveteria, uma pizzaria, várias lanchonetes, e se não bastasse têm também barzinhos com espetinhos e fumaça que inunda do outro lado da rua.
Os proprietários, não se tocam e invadem as calçadas com mesinhas que atrapalham os passantes. Pergunto-me: Onde está a fiscalização?
As minhas considerações continuam surgindo com os meus passos. Vejo então um casal de namorados se beijando, um velhinho com seu cachorro, as crianças na grama correndo atrás da bola, os taxistas, sempre mais gordos, sentados no banco aguardando uma chamada. Também o dono da banca de jornal olha curioso enquanto passo: Uma, duas e três voltas... Curioso, andei muito depressa, somente quinze minutos. Resolvo andar mais, não me sinto cansada, o que me cansa é este descuido pela praça. De repente sou ultrapassada por uma garota morena que corre e por um jovem bonito, atrás de mim, vagarosas e conversando, duas senhoras...
Faço uma comparação com as praças da minha terra, a Itália. Na cidade onde eu morava era outro tratamento, outra educação, outro respeito pelo meio ambiente. Que pena! Penso o que podia ser feito aqui para melhorar esta praça tão bonita; afinal quanta gente vem caminhar aqui, como eu: para melhorar a forma, para melhorar o colesterol... E será que ninguém se importa com a sujeira e o entulho que descarregam na calçada da praça?
A praça da qual estou falando é a “Praça Rômulo Morandi” entre a Rua Luiz Barreto e a Rua Marques de Pombal. Uma bonita praça que, se fosse mais cuidada, seria um orgulho para os freqüentadores, pois refletimos nossa imagem onde vivemos, portanto é sério pensar nisto.
Irei todos os dias nesta praça, mas levarei um saquinho para colocar o lixo que encontrar no meu caminho, seria bom que alguém seguisse meu exemplo. Apesar de que alguém irá me chamar de louca!
Não quero ser a melhor da praça, mas queria conscientizar o povo para ter mais respeito pela nossa bela cidade de Ribeirão Preto. Se todos fizessem a sua parte, como tudo seria melhor, em primeiro lugar a educação!
Ganhei uma mudinha de “Flamboyant” irei procurar um lugarzinho na praça e irei plantá-la quanto antes, assim com a desculpa de vê-la crescer, as minhas visitas à praça serão necessárias e, não irei descuidar da minha proposta: Caminhar na praça todos os dias!

Elisa Alderani

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